Lembro de quando era criança e da satisfação em ir assistir as aventuras de Renato Aragão e sua turma. Sim, porque eu sou do tempo – embora meus fios brancos ainda não apareçam e meu corpitcho ainda esteja em dia com minha adolescência tardia – que nas férias o programão era correr aos cinemas na companhia da minha avó ou do meu padrinho para me escangalhar de rir das histórias deles. Minha paixão pelas telas foi semeada ali, tenho certeza. Lendo hoje sobre o projeto de levar aos alunos de escolas públicas a oportunidade de conhecerem nosso cinema gratuitamente, como componente curricular, confesso que fiquei tocada. O velho Cristóvão Buarque não serve para presidente, mas tem grandes idéias.
Sabe quantas crianças podem ter acesso a este incrível mundo? Cerca de 46 milhões espalhados pelo Brasil. E isso é simples: não precisa de grandes luxos, grandes estruturas. Basta que o governo se mobilize e instale boas TVs nos estabelecimentos de ensino. Ganham as crianças, que vão ampliar seus horizontes e tornar-se adultos cinéfilos. Ganha o cinema, que vai aumentar seu público e tornar-se auto-sustentável a médio prazo, sem depender dos governos de merda que continuarão ocupando Brasília até Deus-sabe- quando. Pois é, a gente não quer só comida...
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