Uma jornalista, cabeça a mil. Vontade de debater o mundo que me rodeia, comentar o dia-a-dia, trocar ideias livremente. A busca por um espaço democrático onde pudesse exercer minha criatividade e mostrar minha visão da vida resultou em "Crônicas de Saias".

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Quisera...

Estou num momento de redescoberta de mim mesma. Passei tanto tempo tentando me adaptar a uma nova vida que, no fim dela, já não sabia mais quem era eu. Não sabia mais o que gostava e como gostava, não sabia mais o que considerava importante ou não. Acima disso, ainda me pego querendo fazer coisas e me podando, simplesmente pq passei anos agindo desta maneira e aí já não sei mais se quero determinadas coisas ou se de alguma forma aprendi a não querer.
E afinal o que sou eu?
Quem sou eu?
É fato que só fazem conosco o que permitimos. E absolutamente eu devo culpar algo ou alguém da minha irresponsabilidade, da minha falta de compromisso comigo, da minha disponibilidade de esquecer o que EU quero. Sempre.
Hoje vejo que só consigo rever meus conceitos e definitivamente enxergar o outro quando estou a uma distância considerável. Fora isso, invento personagens, crio personalidades muito distantes da realidade. Será um problema só meu? Não sei. A terapia ajuda, mas é fato que cada vez me vejo mais vulnerável às minhas fantasias. É o momento mais maduro da minha vida e, ao mesmo tempo, um dos mais dolorosos. É a hora de dar de cara com a verdade, com o real, com o inquestionável, palpável. Quisera q fosse diferente... Quisera que houvesse realmente consideração, carinho, cuidado. Não, não há. Se queremos ser cuidados, cuidemos nós de nós mesmos. Fato.

Isso é muito?

Passei um finde de merda. Tive boa companhia, umas horas de sono bom, carinho para dar e vender, comida que conforta. mas fato é q o coração tá machucado. O Prozac, por dias, me deixou a ver navios. Sim, me irritei, chorei, senti medo.
Preciso reagir a toda esta loucura. E me imponho uns momentos de paz de espírito. Meu Deus, isso é muito??

Surpresa?

Em meio à lavagem da escadaria com muito sabão em pó e anil, um tombo que me deixa sem reação. Dificil levantar. É verdade, o ano ainda não acabou... 2011 do cacete! Qdo vc acha q tudo está entrando nos eixos ou pelo se encaminhando, nova onda de terror, de tristeza, de mágoa. As surpresas da vida sempre me fodem a cabeça.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Beirando a alegria??


Um milhão de coisas acontecendo à minha volta e vontade zero de escrever. Confesso que já fiz vários rascunhos à mão... Coisa equisita para uma jornalista viciada em teclado... mas nada rola quando sento em frente à telinha. Nada.
É fato que o Prozac acalmou meus ânimos. Estes, aliás, só se aquecem agora por conta da TPM. Fora isso, calmaria. Me sinto um mar negro, à noite, com aquele ventinho quente de verão que assola a gente. Nada que tire ninguém do sério. Uma brisa que aquele o coração.
Tenho olhado muito no entorno. Minha tristeza foi embora. Junto com ela a angústia dos últimos tempos, a vontade de ir embora. Me redescobri nos últimos meses. Uma querida q não via há muito tempo me perguntou o que tinha acontecido ou, como ela mesmo disse, "desacontecido". A verdade é que, embora piegas, andei me sentindo uma lagarta. Feia, encolhida, cheia de espinhos. Sair do casulo e virar uma borboleta dói, mas sei que estou muito perto deste momento histórico.
Tenho sorte, sim. Não posso negar. Deus tem me privilegiado. Minha família, meus amigos, meu cachorro. Minha casa, meu carro, meu emprego. Nada necessariamente nesta ordem. Gente do bem que se aproxima, gente que me faz rir nos momentos difíceis ou que simplesmente escuta, gente que me ajuda a lamber as feridas... Tenho me achado sortuda, embora o ano não esteja sendo fácil. Uma amiga me disse que 2011 veio para fazer uma limpeza de tudo o que deveria ser deixado para trás. 2012 é o ano do renascimento.
Não sei se acredito ou se quero acreditar. A diferença disso é a força q é produzida dentro da gente. Me sinto outra. Cresci muitos anos em quatro ou cinco meses. Descobri um poder em mim nunca notado antes. Uma vontade de passar por cima de tudo o que há de mais negativo e me abrir para o novo, para o positivo, para o bom. tanto que tive um papo quase doce com uma das pessoas que mais magoou na vida. Passou.
Além disso, comecei a me ver de verdade. Olhei para o espelho e me encontrei. Recomecei a me achar bonita, interessante, inteligente. rsrs... O mundo fala tanto o contrário que quando vc menos espera já começou a acreditar nisso. Ou "o mundo está ao contrário e ninguém reparou" ou eu estou de cabeça para baixo: será q to beirando a alegria?? Tomara...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Para todos os dias

"Há os que viajam para os desertos para encontrar a paz, fogem das grandes cidades, do barulho e cortam qualquer tipo de comunicação; outros fecham-se em si e a procuram nas meditações e reflexões do sentido da vida; há ainda aqueles que negam qualquer tipo de culpabilidade, como se negação fosse sinônimo de libertação.
Se tivéssemos a possibilidade de correr o mundo inteiro, viajar todos os mares e subir as mais altas montanhas, atravessar o espaço e ir além das estrelas, ainda assim não poderíamos apagar quem somos, nem o que vivemos, não nos tornaríamos melhores e nem maiores.
Somente um olhar para dentro de si mesmo, um reconhecimento de total condição humana e dependência do Pai pode nos libertar e colocar nas nossas mãos a paz que tanto almejamos.
Ser honesto consigo é ser honesto com o mundo inteiro. Quem se engana a si mesmo, comete o maior dos enganos. Nunca, aqui na terra, seremos grandes, bons e perfeitos o bastante para dizer que não temos mais nada para aprender.
Aprendemos a cada dia, às vezes com lágrimas e dor no coração. Não nos livramos das culpas quando fugimos delas e as desculpas não agem como sabão.
Se quisermos dar passos ao encontro do caminho da paz e de um mundo melhor, devemos aprender a aceitar certas coisas:
- Não sabemos tudo;
- O outro pode perfeitamente ter razão;
- Devemos assumir nossas culpas sem nos refugiar nas desculpas e isso não nos impedirá de olhar para a frente;
- Os erros que cometemos não devem nos amarrar definitivamente ao passado;
- O direito que temos de errar, outros também têm e fracassar uma vez não é fracassar para a vida toda;
- Os pais também se enganam e mesmo quando isso acontece é que desejam o melhor para os seus filhos;
- Cortar os pontos com alguém é cortar pontes onde nós e os outros poderíamos atravessar e viver isolado não é a melhor solução para resolver problemas;
- A comunicação é importante para evitar mal-entendidos;
- Franqueza e doçura não precisam estar dissociados;
- Evitar uma briga vale mais que ter razão;
- Os gestos valem tanto quanto palavras;
- Não é só a intenção que conta, mas ela conta muito;
- Brincar não é privilégio das crianças;
- Devemos perdoar até setenta vezes sete;
- Ninguém é melhor que ninguém;
- Somos todos moldados do mesmo barro e o mesmo Deus que soprou nas minhas narinas, soprou nas narinas do meu irmão;
- Todos temos pecados;
- Jesus também chorou, Ele foi crucificado, mas nunca crucificou.
- Podemos estar na mais alta montanha, no mais longíquo dos desertos e ainda assim estar longe de Deus.
- Aquele que busca a Verdade, encontra a Paz.
- Se somos herdeiros do pecado e herdeiros do bem. São as sementes desse último que devemos deixar ao longo da nossa passagem."