Posso dizer que sou fã de Roberto desde criança. Lá em casa, ouvíamos os LPs (sim, sou desta época) dele quase que diariamente. Coisas do Velho Carlinhos, meu pai querido, que o adorava. Além dos discos, meu pai tinha um passatempo de cantar no banheiro, como a maioria de nós. E o repertório tinha poucas variações: ia do samba - aquele mais antigo e/ ou sacana - até Roberto.
Enquanto ele se ensaboava embaixo do chuvando pelando e entoava as músicas do Rei, eu e meu irmão nos juntávamos na sala e acompanhávamos aos berros. Éramos seu backing, luxuosíssimo. "Levei meu calhambeque para o mecânico outro dia/ pois há muito tempo um conserto ele pedia/ como vou viver sem meu carango para correr/ meu calhambeque, bi-bi..." ou "Eu sou um negro gto de arrepiar/ e esta minha história é mesmo de amargar/ somente no telhado aos outros desacato/ eu sou o negro gato..."
Crianças ao som da Jovem Guarda, na maioria dos casos. Tempos idos que não voltam mais.
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