Há tempos, noto um mendigo que vive aqui perto de onde trabalho. Um negro, alto, cheio de ginga e sorriso brilhante. Novidade? Não. Para mim, o inusitado era a hora que ele almoçava. Invariavelmente, qdo estava chegando ele já devorava uma mega quentinha. Os camelôs em torno estavam sempre brincando com ele, o que me levou a crer que deve ser uma figura conhecida e bem humorada aqui das redondezas.Hoje, típica nota para ser dada no Ancelmo Góis: quando cheguei ele estava ali, como sempre fazendo sua refeição. Qual não foi a minha surpresa em ver o menu. O mendigo trocou a quentinha laminada por um prato de cerâmica e se deliciava com pelo menos meia dúzia de lindos camarões - tipo VG. Imensos. Lindos. Com um detalhe a mais: em uma das mãos ele mantinha uma taça (sim, uma taça de vidro) cheia de vinho tinto. Acredita?
Olhei para aquilo e não pude deixar de rir.
Isso é o retrato da pobreza às avessas, pois é possível que nem eu tenha grana para pagar prato tão caro. Imagine o mendigo... Qta gaiatice!
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