Uma jornalista, cabeça a mil. Vontade de debater o mundo que me rodeia, comentar o dia-a-dia, trocar ideias livremente. A busca por um espaço democrático onde pudesse exercer minha criatividade e mostrar minha visão da vida resultou em "Crônicas de Saias".

sábado, 30 de agosto de 2008

Desafinados desafinam mesmo


Ao contrário do título, “Os Desafinados” tem pontos afinadinhos. Elenco, trilha, fotografia. No entanto, e aí sim encontra-se com o nome, o roteiro é marcado por momentos desafinados e culmina com um lugar comum sem tamanho. Ruim? Não, mas também não posso dizer que é fantástico, sublime. É bonitinho, um tipo sem muito sex appeal.
A película conta a história de jovens em busca de um sonho: cantar. Em meados dos 60, Rodrigo Santoro, Claudia Abreu, Angelo Paes Leme, André Moraes (?), Jair Oliveira e Selton Mello estão em Nova Iorque buscando se firmar na carreira. Neste contexto, juventude, talento, paixão, e depois desilusão com o Brasil, traição, medo.
Rodrigo mostra a que eu veio e exibe seu talento como cdf quando em um mês aprendeu a tocar piano para o papel. Claudia Abreu (lindíssima) está perfeita. Como sempre. Palmas ainda para Selton Mello (não poderia ser diferente), com seu humor sempre à frente, Alessandra Negrini (bastante real), Jair de Oliveira (que surpreende) e um André (que eu não conhecia) politicamente correto.
A costura toda é feita com temas da Bossa Nova, numa trilha assinada pelo maestro e arranjador Wagner Tiso. Bonita. A música é tão importante que, poucos sabem, Tiso compôs as canções antes de a cena ser filmada, o que não é comum. Walter Lima Jr. (o diretor) fez as cenas em cima da música, demonstrando a importância de criar o clima (assim como numa cena do filme).
A questão é que a história perde o seu foco. Parece que estamos assistindo a dois ou três filmes independentes. O tema muda no primeiro terço do filme e no segundo rola o mesmo problema. E, no final, vamos combinar... O espectador se pergunta se era aquilo mesmo que estava acontecendo. Como homenagem à Bossa Nova, q completa 50 anos, o filme cumpre seu papel. Como cinema pipoca, é bem simpático. Mas – cá entre nós – podia ser bem mais interessante.

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