Quinta-feira, dia 15 de janeiro de 2009, penúltimo capítulo de "A Favorita". Sim, eu preciso confessar que não estou com a menor vontade de assistir, após meses de dedicação à novela. Explico: sinceramente a minha favorita é a Flora. Desculpe, desculpe, mas tinha que dizer. Aliás, gosto dela beeeem mais do que da Donatela. Acho o personagem bem escrito, divertido, cheio de nuances interessantes. E, sim, ver Claudia Raia fazendo uma mocinha comportada, caipirona ridícula, é osso duro de roer.
Mas este não é o problema. A questão é que fiquei vidrada na trama quase hollywoodiana de João Emanuel Carneiro, evitando até fazer qq programa que fosse no mesmo horário. Lá em casa, ninguém nem respira no horárionobre. Uma insanidade! Se vcs soubessem, por exemplo, a ginástica que fiz ontem para assistir aquele capítulo... rsrs. Nem conto, nem conto.
Sei, porém, que não só eu passei por isso. A história promoveu discussões em rodas de amigos, ambientes de trabalho, nas escolas. renatinha, minha ex-companheira de blog, diz no espaço dela na internet, que ontem a redação do JB parou para assistir a morte de Donatela. Prova que o Brasil ficou mobilizado em torno disso. Principalmente nestas últimas semanas quando todos os dias havia ações, os capítulos terminavam com interrogações que só seriam desvendadas no dia seguinte, uma seqüência de acontecimentos de arrepiar.
E, inesperadamente, o problema surgiu justamente daí.
A impressão nesta reta final é que o autor e seu grupo de assistentes começaram a correr contra o tempo porque a galera já pegou o "Caminho para as Índias". Rsrs... Sem trocadilhos, achei que para resolver a vida de todos os personagens, a galera teve que optar por dar soluções fáceis, cheias de clichês, pouco criativas. Na verdade, contradizendo o que foi feito durante todo o folhetim.
Pô, sacanagem!... A Donatela - que sempre foi uma cagona - nunca bancaria aquele jogo doentio com a Flora, a manda-chuva da parada?! Imagina que o Dodi guardou todos os cds numa mesma mala e quando a Flora achou o material todo ele nem blefou, dizendo que tinha outras cópias guardadas?!... E ainda imagina que os mocinhos colocaram 50 pessoas num teatro sem que a vilã notasse a presença delas?! Ela teria no mínimo todos aqueles adjetivos que ela dava a qq um na novela: jumento, idiota, patética, anta. E sabemos que o personagem não era nada disso.
Aliás, o personagem foi perdendo força nos últimos dias de modo que a atuação explosiva de Patrícia Pillar virou uma aparição totalmente sem nexo, nublada, beirando o bobo. A correria foi tanta que o texto ficou pobre e parece que a própria Patrícia perdeu a mão. A língua do povo, que não perdoa estas falhas, já comenta nas ruas que a quase primeira-dama estaria com câncer de novo e por isso os autores tiveram que dar linha na pipa e até (vejam vcs!) antecipar o fim da novela. Credo!! Bate na madeira...
De qualquer forma, meu querido Fausto Galvão - com quem estudei há alguns anos e o qual faz parte da trupe do João - me dizia que existe uma hora em que os autores têm que pensar mais para buscar soluções inovadoras e acho q faltou isso no fim da minha Favorita. Uma pena realmente. Fiquei decepcionada.
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