Uma jornalista, cabeça a mil. Vontade de debater o mundo que me rodeia, comentar o dia-a-dia, trocar ideias livremente. A busca por um espaço democrático onde pudesse exercer minha criatividade e mostrar minha visão da vida resultou em "Crônicas de Saias".

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Por amor

Só quem já sofreu com a morte de quem se ama vai entender a profundidade do filme "Por Amor". Assisti a película nesta semana e fiquei chapada. Lançado em abril deste ano, o filme é uma obra independente do novato David Hollander e foi direto para as locadoras nos EUA. No elenco, a linda (usando o mesmo nome) Michelle Pfeiffer e o gostosinho Ashton Kutcher. Michelle é a mesma de sempre: cheia de energia, sexy, doce. Uma mulher deslumbrante no auge dos seus 50 anos, mas é Michelle Pfeiffer. Nada além disso. O mesmo não posso dizer de Kutcher. O cara debutou em seu primeiro papel sério e é de uma atuação doída. Sei, sei. Li críticas que disseram que ele criou um personagem meio bobão, que anda desengonçado por ser um lutador de luta livre, resmunga em vez de falar e finge um porte grande que não tem. Mas falo da emoção dele em ter perdido a irmã querida, estando longe, da maneira como o roteiro expõe. Tudo isso e ainda uma mãe como Kathy Bates para arrebatar corações mais frágeis. É de prender a respiração.
Quem for atrás de uma história de amor, vai se decepcionar. A fita é muito mais um drama, digno de lágrimas sinceras do que um rame-rame entre uma mulher mais velha e um garotão sarado. Muito mais. Walter (Ashton Kutcher) e Linda (Michelle Pfeiffer) têm tragédias familiares em comum. Ele perde a irmã estuprada e assassinada em sua cidade natal enquanto está fora num torneio de luta livre. Ela perde o marido assassinado por um amigo durante uma bebedeira. Ambos acabam se apegando um ao outro a fim de superar seus traumas. Ao mesmo tempo, rola um clima, um romance que ocupa o espaço vazio deixado por quem morre. O filho de Linda, incapaz de lidar com a tragédia do pai, também se apega ao novo namorado da mãe, como forma de conviver com sua dor.
David Hollander traz toda a tristeza canadense para dentro do filme. Cenários chuvosos, céus acinzentados, planos fechados, olhos marejados, silêncios eternos.
Tocante. Triste. Bonito demais.
Para refletir sobre a vida.
Não deixe de assistir, mas não esqueça os lenços de papel.

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