Já disse aqui que sou fã de Martha Medeiros e esta senhora me disse coisas que me remeteram à escritora. Ambas sábias, com uma enorme capacidade de ver a vida pelo viés mais real. "Vamos deixar para sofrer pelo que é realmente trágico, e não por aquilo que é apenas um incômodo, senão fica impraticável atravessar os dias".
A idéia - segundo ela - é ser mais leve, mais relaxada, mais feliz mesmo. Se não foi como vc queria, paciência. Se vc ouviu palavras injustas, vamos em frente. Se não te valorizaram, faz parte. O negócio é não desanimar. Digerir cada ação e entender seu significado (ou não) para nossas vidas. E isso não é manual de auto-ajuda. Acompanhei histórias de gente que foi se amargurando, levando tudo em ponta de faca, guardando tristezas que não levam a nada e adoeceram.
Vale ter em mente que "é importante cultivar afinidades, mas as desafinações ensinam bastante. No mínimo, nos fazem dar boas risadas.Vale amizade com executivo e com office boy, com solteiros e casados, meninas e mulheraços, gente que torce para outro time e vota em outro partido.Vale sempre que houver troca. " Nada é perfeito mesmo e, a partir do momento que aceitamos isso, a vida se torna melhor, nos tornamos pessoas melhores, mais tolerantes, mais de bem com o mundo que nos cerca.
Sobre o amor, mais ainda. "Amor não é se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes, nem princesas. Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser."
"Em tempos em que quase ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas pouco se interessa pelo que não lhe diz respeito, só mesmo agradecendo aqueles que percebem nossas descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos paralisa, e gastam um pouco da sua energia conosco, insistindo." E agradecer por isso é o mínimo que podemos fazer, né??
E ainda assim, se nada disso for o suficiente para nos fazer de bem com a nossa trajetória, disse a senhora, esperemos pela nossa natureza. Porque - já frisei isso neste espaço certa vez - assim como os dias ensolarados, temos momentos lindos. Assim como céus cinzentos, temos nossas dificuldades. Fazemos parte desta natureza e somos um reflexo dela. Num belo momento, um tsunami interior varre tudo o que ficou mal resolvido, triste, sem vida. Na verdade, uma maneira de exterminar de uma vez por todas a dor. No fundo, uma maneira de limpar o terreno para que a esperança germine mais à frente.
Visão otimista da vida ou o retrato da realidade?
Faça sua opção.
Eu já fiz a minha.
Obrigada, senhora, pela força.
Nenhum comentário:
Postar um comentário