Há tempos, quero escrever sobre a nova obra prima de Manuel Carlos (eu adoro o texto dele!), mas ainda não tinha tido tempo. Um vendaval passou por aqui e deixou as coisas meio desarrumadas. Agora que o mundo parece ter parado para eu descer me dou ao luxo de comentar sobre o folhetim das nove. Como sempre, Maneco (meu velho e bom escritor de novelas) escolheu um elenco estelar e enoooorme. Tem gente boa que ainda nem entrou, mas alguns que já estão no ar sinalizam o que podemos esperar para os próximos oito meses.
Como sempre, a Helena não é o maior peso da novela. Na verdade, é alvo de comentários mil, mas não deve ser quem mais chama a atenção. Foi assim com Cristiane Torloni, Vera Fischer e até a doce Regina Duarte. Posso arriscar inclusive que a personagem chega sempre a um momento em que se transforma numa chata de galochas. E me perdoem os noveleiros.
Vejo logo de cara que Taís Araújo não vai fugir à regra. A personagem é certinha demais, puritana demais, como as "demais". Nas cenas que são as da rotina do ser humano, soa artificial. É verdade, a bela Taís sinceramente ainda não pegou o tom. Tem todos os méritos por estar encabeçando um elenco pela terceira vez ainda tão jovem e ser a primeira negra protagonista do horário nobre (o que nem devia ser tão noticiado assim, porque é naturalíssimo que isso aconteça), mas estava melhor como apresentadora do Super Bonita. Aliás, por falar em Super Bonita, a moça tá linda mesmo. E isso é inquestionável. Vamos ver se ela pega o ritmo.
Culpa do texto? Claro que não. Manuel Carlos é um mestre do naturalismo e escreve o dia-a-dia como ninguém. Coisa para macaco velho. Quem sabe dá banho, como Lília Cabral. Ainda precisa de elogios? Sei lá, mas acho que nunca é demais. Vi cenas de tirar o fôlego ainda na primeira semana. Olhos marejados, gestual perfeito, palavras sinceras. O papo dela com a filha adotada pode ter sido considerado meio preconceituso, como disseram os puristas, mas promete dar caldo esta duplinha. Com Zé Mayer no bar, confessando estar de pilequinho e desabafando seu lamentar por ambos não terem partido para umas noitadas cheias de sexo antes da separação em si. Fantástica. Mais real impossível...
Não posso dizer o mesmo do garanhão da novela. Gente, achei muito engraçada uma entrevista que vi do Zé Mayer se perguntando porque ainda era galã nesta idade. Divertido. Não tenho nada contra, embora ache que os papéis que dão a ele são sempre os mesmos, coisa que o próprio reafirma neste programa que vi na TV Brasil (se bem me lembro). Sem problemas. Seu charme é imutável e vale a pena assistir de novo. O problema é que a química entre ele e Helena não pintou. Acho o casal um pé-no-saco. Graças a Deus, li na banca de jornal aqui da esquina que a história vai ter uma sacudida com a traição dele. Parece que Giovanna Antonelli chega para isso. Emoção à vista.
Também aposto nas tramas paralelas. Para mim, o melhor de Maneco são elas. Ele abusa do núcleo central no começo, mas depois aos poucos vai desenvolvendo todos os personagens, expondo suas mazelas, suas histórias felizes ou não. Vejo futuro no trio formado por Letícia Spiller (linda!), Camila Morgado e Marcelo Airoldi (que eu não conhecia). Por enquanto, está meio bobo, mas sinto cheiro de boa história ali. Alinne Moraes vive uma vida meio inverossímel com os gêmos feitos por Mateus Solano, mas quero crer que o circo vai pegar fogo na virada de seu personagem. A bela vai viver uma tetraplégica em parte da novela. Não gosto da turma de amigas de Helena, formada por Cristine Fernandes, Maria Luiza Mendona (o máximo!) e Dani Suzuki, mas quem sabe o autor ainda reserve algumas surpresas para as personagens, que por enquanto são só escada para Taís.
A conferir.
Um comentário:
Karlota, acho aquelas amigas da Helena uma tentativa frustada de parecer um "Sex and the city" no meio da trama. Não deu certo e não vai dar! Aqueles emails de Paris para as amigas e os diálogos perfeitos em Paris irritaram muitooooo!!!!
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