Noto cada dia mais gente dormindo nas ruas. Incrível constatação. Pela janela do carro, vejo dezenas, centenas espalhadas pela cidade. Quando vou para o trabalho. Quando volto do trabalho.
Noto as reações de quem passa por eles. Todos indignados; alguns com dó, outros incrédulos.
O perfil desta população de rua também mudou proporcionalmente ao seu crescimento. Antes, eram jovens, às vezes acompanhados de crianças que tinham feito pelas ruas mesmo. Seu futuro é continuar vivendo nas calçadas, embaixo das marquises. Agora, os velhos também tomam conta da sarjeta, enrolados em seus cobertores cinzas. É de impressionar.
O barulho dos carros, os ruídos da chegada do dia, o corre-corre dos traseuntes não os acordam, não os faz despertar para um nova vida.
Fico imaginando quais motivos levam estes seres a optar viver desta maneira (ou não optar, sabe Deus). Como serão suas rotinas, suas dores, seus medos. Não ter um teto - ainda que o mais simples - para descansar oc orpo e a cabeça é desunamno. Não ter família ou a ter de uma maneira inimaginável.
Triste sina.
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