Uma jornalista, cabeça a mil. Vontade de debater o mundo que me rodeia, comentar o dia-a-dia, trocar ideias livremente. A busca por um espaço democrático onde pudesse exercer minha criatividade e mostrar minha visão da vida resultou em "Crônicas de Saias".

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Espelho meu

Vaidade nunca foi o meu forte, mas confesso que de uns tempos para cá me pego com a vontade semanal de fazer as unhas, secar os cabelos no secador, estar sempre com uma roupitcha nova. Acho saudável. Ser mulherzinha de vez em quando dá uma injeção de ânimo na auto-estima. E me pergunto porque não sou assim desde sempre.
No entanto, me policio para que isso não vire uma loucura na minha vida. Não fazer a unha sempre é perdoável, basta passar um removedor no esmalte quebrado e... pronto! Se o cabelo secar ao vento, lindo. É natural tb. A roupinha... bem, faz falta, mas tenho uma dúzia de calças jeans para ocasiões diversas que sempre me salvam.
Tenho assistido tantas loucuras em torno da vaidade que fico assustada, certas vezes. E, na minha humilde opinião, excesso de vaidade é muito cansativo. Pessoas muito vaidosas são cansativas. Não pelo fato de quererem estar sempre bonitas, com uma pele fresca, com um perfume inebriante e com o modelito da moda, mas porque acho que este sentimento acaba tomando conta de tudo.
Um vaidoso não consegue dizer que ama verdadeiramente alguém - que não seja ele mesmo. Um vaidoso não se permite contar que realmente precisou de um funcionário com determinado perfil e, por isso, procurou seu tel e o contactou, chamando-o para tal vaga. Um vaidoso é incapaz de aceitar que aquela idéia brilhante não foi dele, e sim de um amigo.
Nossa, quanta energia desperdiçada para mentir para si mesmo e para os que estão em sua volta. Quanto desgaste desnecessário só para se manter no topo da onda, à frente de tudo e todos.
Ainda bem que lá em casa tem espelho. Ainda bem que ele não manda em mim.

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