Dizem que “Decisões Extremas” (“Extraordinary measures”) foi um fracasso retumbante nos EUA, o mais recente longa-metragem estrelado por Harrison Ford. Os números não mentem: orçado em US$ 31 milhões, o filme teve um faturamento de US$ 11 milhões. Ou seja, não deu nem para o café. Aqui no Brasil, saiu só em DVD e eu peguei no último fim de semana crente que ia assistir a mais um dos corre-corres, porradaria de graça e pega-para-capar do eterno Indiana Jones.
Nesta fita, porém, ele me surpreendeu. O cara trocou os chicotes, revólveres e porretes por tubos de ensaios. Aqui, ele encarna um cientista empenhado em encontrar a cura para uma doença genética rara. Chama-se Síndrome de Pompe. Já ouviu falar? Com a tal doença, o indivíduo tem afetados seus músculos e não ultrapassa os nove anos de idade. É claro que tinha que ter uma (ou duas!) crianças à beira da morte e os pais delas lutam incessantemente para que o cientista se dê bem. Vividos por Brendan Fraser (que segundo meu digníssimo, não é chegado a filmes de ação) e Keri Russell, a bonitinha do seriado "Felicity", os pais são a parte emocionantezinha do roteiro.
Bem, posso dizer que, depois de tantas dificuldades nas bilheterias de seus filmes, não será com este longa que Ford vai encher a burra de dinheiro de novo. O filme é bem água-com-açúcar, quase um Supercine choroso. A diferença é que Indiana tem a possibilidade de mostrar um pouco mais do seu talento - que não se restringe somente à filmes de aventura. Sisudo, antipático, grosseirão, sem muito texto, características de uma personagem bem marcante, porém com um pé na sensibilidade.
No fim, mais uma vez, Indiana dá show de bola. E salva o filme pelo seu desempenho. Mesmo sem o chicote! Ou seja, vale pelo protagonista - assim como "Julie e Julia".
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