Uma jornalista, cabeça a mil. Vontade de debater o mundo que me rodeia, comentar o dia-a-dia, trocar ideias livremente. A busca por um espaço democrático onde pudesse exercer minha criatividade e mostrar minha visão da vida resultou em "Crônicas de Saias".

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pausa para filme mulherzinha II

Aliás, cá entre nós, a verdade nua e crua é muito doída, né? A verdade nua e crua machuca. E muitas vezes descamba para a falta de tato, de respeito e até de educação.
Não há nada que me chateie mais do que gente que faz questão de bater no peito e dizer que é verdadeira, sincera, que fala tudo na cara. Coisa mais non sense.
Conheço uma dúzia de pessoas que não aguentariam que alguém chegasse e dissesse a verdade na cara delas - ou seja, "vc sabia que isso que vc faz é extremamente desagradável e, por conta desta sua pseudo-sinceridade, um monte de gente pode estar sofrendo?". Um pouco do próprio veneno para quem o aplica...
Prefiro que sejam gentis, sutis, carinhosos comigo. Sempre. Receber um afago quando vc recebe uma notícia ruim é muito menos penoso. Ganhar um abraço quando sabe de algo que machuca não tem nada igual.
Vou além. Acho mesmo que há coisas que não devem ser ditas. Vc pode chamar de covardia, mas eu chamo de "os benefícios da ignorância". Se determinada informação não vai somar em nada na vida de quem conta, nem de quem desconhece, para que divulgá-la? Para mim, é simples crueldade.
Para que saber que seu filho foi morto num acidente, esmagado entre as ferragens feito um pastel, com os órgãos à mostra? Para que saber que seu marido tinha uma amante e que a abasteceu de todo o tipo de jóias, roupas caras e mimos mil enquanto vc fazia uma poupança sofrida para um projeto a dois? Para que saber que sua melhor amiga no trabalho é uma traíra e inventou isso, isso e isso de vc para sua chefe só para te roubar a posição?
Detalhe sórdidos... para quê?
Há maneiras mais humanas de dizer a "verdade".
Verdade "nua e crua" é uma ova.

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