Uma jornalista, cabeça a mil. Vontade de debater o mundo que me rodeia, comentar o dia-a-dia, trocar ideias livremente. A busca por um espaço democrático onde pudesse exercer minha criatividade e mostrar minha visão da vida resultou em "Crônicas de Saias".

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Cliente bom é cliente morto

Mais de uma vez já usei a frase que dá nome a este post para desabafar num momento de irritação. Mas confesso que a cada dia tenho mais certeza disso. Já não é um chavão após um mau dia. pense bem: não existe bom cliente, né? Uma exceção à regra, vá lá, mas de resto... Cruzes.
Eu mesma como cliente tento ser o mais simpática, a menos pentelha, a melhor de todas as criaturas. Afinal, minha vida é passar de um lado para outro deste balcão. E, vou te dizer, como é difícil isso.
Poucos sabem, por exemplo, que já fui vendedora de loja. E lembro bem o que falávamos quando um cliente trolha nos deixava a ver navios ou nos tratatava com grosserias. Hoje, acreditem, sou jornalista e tenho as mesmas dificuldades. O curso superior não mudou muito esta realidade.
Não sei se o problema é mesmo o mundo em que vivemos. O cliente , na verdade, não é simplesmente um ser que detém a grana para nos pagar. Ele é um ser humano - mesmo que não pareça (rsrs!). E como nós, seres humanos, estamos em franca crise (digo nós pq é a mais pura verdade) de identidade, imagino que isso repasse para todas as nossas relações. Por que seria diferente com a vendedora, com a recepcionista, com a assessora, com a secretária, com a advogada que só está tentando te ajudar num dado momento da sua vida? Ela que se foda.
Cheguei à conclusão que tendemos a despejar nossas frustrações qdo somos clientes, sabe? E isso é culpa do Código de Defesa do Consumidor. Ajudou em algumas coisas e piorou em outras. Por exemplo, em algum momento, disseram que o cliente pode tudo e nós (sim, nós) passamos a acreditar nisso. Aliás, pegamos isso como uma máximo de vida e "podemos tudo" a qualquer hora.
Opa, opa, opa, minha gente! Tudo, não!
Tem que haver um mínimo de educação e respeito pelo outro. Se não for pela ocupação dele naquele momento, pelo menos como pessoa. Tem que parar para pensar um minuto que aquela criatura tá ali para te servir, sim, mas não para aguentar seu mau humor e sua falta de amor. Tem que saber que é preciso ter limites. Tem que entender que se continuar agindo como um louco vai chegar um momento em que a mesma pedra que você jogou vai ser atirada contra você.
Enfim, momento desabafo.
Já estou pronta para outra. Tentando sempre ser uma cliente melhor, ou muito além disso, ser uma pessoa melhor.

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