Uma jornalista, cabeça a mil. Vontade de debater o mundo que me rodeia, comentar o dia-a-dia, trocar ideias livremente. A busca por um espaço democrático onde pudesse exercer minha criatividade e mostrar minha visão da vida resultou em "Crônicas de Saias".

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Adolescência

Hoje, no trajeto para o trabalho, escutava umas canções antigas no rádio do carro. "Oceano", de Djavan, "Angel, do John Secada, "Baby If i hold you", da Tracy Chapman. Tanta coisa boa e com mais de 20 anos me fez fazer uma viagem até minha adolescência. Isso sem contar que o Simple Minds tá chegando aí para um puta show no dia 19. Enfim...
Lembrei do quanto a inocência nos rodeia nesta época, mesmo que teimemos em dizer que isso não é verdade. É um momento em que somos meninas em corpos de mulheres, estamos formatando nossa personalidade, tentando visualizar o mundo que está porvir. Ao mesmo tempo em que nos preocupamos, não "estamos nem aí"; ao mesmo tempo em que queremos definir nossas profissões, não precisamos ainda pagar contas; ao mesmo tempo em que amamos, temos uma infinidade de opções ao lado; nos dividimos entre estudo e diversão. Oh, dúvida cruel!
Acho a adolescência um saco, mas não há como negar que é uma época sublime, é a preparação para a vida madura. Virgindade é assunto delicado, política envolve um mundo socialista, futuro está além do horizonte. Tudo tão distante e tão próximo de nós.
Depois, crescemos e refazemos nossos conceitos. Nossos valores arraigados ajudam a moldar as características que vão nos seguir a vida toda (ou não!). Nossos sonhos ganham asas e nos levam até onde nunca imaginamos chegar.
Lembro-me que sempre pensei o que estaria fazendo, o que seria e onde estaria aos 30. A realidade foi tão diferente. Enaltecia a coisa de ter um príncipe para "me achar" (na época em que todos ainda falavam que meninas que não eram virgens tinham se perdido) - coisa que só hoje vejo a desimportância. Sonhava com um mundo cor de rosa que nunca conheci... A vida ao vivo é muito diferente.
Mas isso só vemos anos mais tarde.
É preciso viver mesmo para saber que o tempo é o senhor das certezas.

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