Uma jornalista, cabeça a mil. Vontade de debater o mundo que me rodeia, comentar o dia-a-dia, trocar ideias livremente. A busca por um espaço democrático onde pudesse exercer minha criatividade e mostrar minha visão da vida resultou em "Crônicas de Saias".

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ontem

Finalmente ontem, após 20 dias de atraso, conseguimos eu e meu amor comemorar nosso niver de namoro. Ufa, uma canseira... tentativas e desistências, tentativas e desistências...
Ontem, porém, conseguimos.
O combinado é: noitada mesmo. Ou seja, programa bom e caro.
Optamos por teatro com jantarzão.
Fomos assistir "Simplesmente EU", monólogo sobre Clarice Lispector com Beth Goulart. A peça, que vem sendo ovacionada pela crítica, está no Teatro SESI, aqui ao lado. Aliás, a temida Barbara Heliodora apontou-a como um dos melhores espetáculos dos últimos tempos. Fomos conferir.
O texto é da própria Clarice e aí não cabe aqui críticas. Beth Goulart é fantástica: linda, competente, simpática demais. A cenografia é simples, porém sofisticada. Leve, clean, tudo a ver com a época. A iluminação de Maneco Quinderé dá o toque final. Belíssima. O figurino é de Beth Filipecki, o que tb não deixa dúvidas: funcional, bem cortado, sóbrio. A cara da escritora.
Beth se veste e despe no palco. Em todos os sentidos. O sotaque é perfeito. A direção faz rir e faz chorar. Há cenas em que viajamos nas palavras. Há cenas em que nos perdemos.
Minha opinião, porém, é que que minha expectativa era muito alta e o espetáculo não foi à altura. Ai, serei eu apedrejada?? No universo em que se discute Deus, a vida e a morte e o talento de Clarice, comecei a achar a narrativa meio cansativa. Queria que tivesse sido mais ampla a discussão. Já li coisas da escritora e achei lindas, humanas, questionadoras. "Será que não entendo nada de teatro?", me perguntei.
Um amigo foi assistir na semana anterior e disse que chorou horrores. Eu não me emocionei desta maneira, mas tb não posso dizer que passou despercebido. Hoje, ainda pensava no qto Clarice questiona sua personalidade, sua vida neste mundo, sua trajetória. Não deixo de ter minhas perguntas em relação à vida tb... Enfim...
Se este era o objetivo de Beth e cia, bem... acho que vou ter que mudar minha opinião sobre a peça.

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