Uma jornalista, cabeça a mil. Vontade de debater o mundo que me rodeia, comentar o dia-a-dia, trocar ideias livremente. A busca por um espaço democrático onde pudesse exercer minha criatividade e mostrar minha visão da vida resultou em "Crônicas de Saias".

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Mudar?

Mudar de casa para mim é muito mais do que arrumar as tralhas e botar o pé na estrada. Mudar é uma questão mais profunda, psicológica. É me imaginar num novo canto, com novas expectativas, outra rotina. E vou dizer que adooooooooro rotina. Ou seja, mudar é difícil para mim. É um processo doído mesmo. No entanto, a vida me ensinou os benefícios da mudança – e aqui estão ditas todas elas: desde o corte de cabelo até uma nova paixão. Por isso, apesar das minhas dificuldades, invisto em mudanças como uma aposta em mim mesmo, em novos sonhos, em novos horizontes. É parte do crescimento.
Prova desta dificuldade é olhar para trás e notar que estou há pelo menos um ano buscando uma casa nova para mim e os meus. Meu ideal é encurtar distâncias de tudo e todos, ganhar mais tempo para a minha vida e os meus vícios (mesmo o de ficar à toa, uma das minhas especialidades), ganhar mais qualidade no dia a dia. Só que – não sei se pela minha dificuldade em mudar ou se pela inviabilidade do mercado mesmo – não encontro nada que encaixe no meu orçamento. E nem no meu gosto. Agora, me debato entre a compra e o aluguel – uma decisão difícil para quem adora fazer planos.
Os preços estão pela hora da morte mesmo. O Globo deu uma bela matéria ontem na capa do Morar Bem. Será uma bolha estes valores exorbitantes? Ou será que o carioca reclama, mas na verdade acaba comprando por um preço altíssimo o que valeria muito menos? Não sei... fato é que a cada dia tenho mais preguiça de competir com uma dúzia de fichas que invariavelmente chegam primeiro do que a minha. Ou então tentar convencer às gerentes dos bancos que tenho compromisso em pagar o que devo, ou seja, eu preciso mesmo de um financiamento.
Queria tanto um canto pequeno e charmoso com cheio de lavanda, uma vista bacaninha da janela, um espaço que me caiba e aos meus apetrechos que ao longo da vida acumulei. Isso sem contar no meu cão, no namorado, na família que sei que aos poucos vai se chegando... Como fazer?
Uma amiga antiga enfrenta a mesma questão.
Dá até vontade de fazer como o Garfield: “quando me dá uma vontade louca de trabalhar, eu sento quietinha no canto e espero a vontade passar”.

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