Uma jornalista, cabeça a mil. Vontade de debater o mundo que me rodeia, comentar o dia-a-dia, trocar ideias livremente. A busca por um espaço democrático onde pudesse exercer minha criatividade e mostrar minha visão da vida resultou em "Crônicas de Saias".

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um passo para trás; dois para frente

Estou exaurida. Incrível como determinados dias sugam nossa energia. Tenho pensado muito nas mudanças que planejo para mim e definitivamente isso também me deixa cansada. Pensar, desistir, insistir, planejar e executar leva tempo e força. Qto mais nos debatemos, mais difícil. Qto maior a resistência, mais doído o momento.
Descobri nesta semana que realmente às vezes é necessário dar um passo atrás para caminharmos dois passos para frente posteriormente. E a verdade é que quando descobrimos esta necessidade invariavelmente relutamos em atendê-la. Crescer tb é saber que tudo tem seu tempo, que cada coisa tem seu lugar. Saber disso angustia, tira o sono, machuca. Mas sei que depois alivia, desestressa, desata os nós.
Estou neste rito de passagem.
Só depois disso serei capaz de seguir.

"Fenômeno" de hostilidade

Acho simplesmente um absurdo a maneira como a torcida flamenguista (e eu como flamenguista não praticante me sinto no direito de comentar) tratou o Ronaldo ontem. Exemplo de superação para qualquer um, acho que o mínimo que podíamos ter para com ele é um pouco de respeito. Afinal, o cara praticamente trouxe o penta para o Brasil, era (?) ícone do esporte no país, amado por todos. E de repente transforma-se somente num adversário gordo, um jogador velho demais para correr, um carinha que curte travecos. Lamentável.
Para mim, os jogos são um ritual sagrado, ainda mais num país apaixonado por futebol como o Brasil. Acho bonito o movimento dos torcedores, os gritos de guerra, a união em torno de um só objetivo, mas neste sentido o futebol só fica mais feio. Mais uma vez, tenho que questionar sobre o fato de sermos brasileiros antes de cariocas?
Um amigo me disse que a questão está ligada ao fato de ele ter trocado o Flamengo, que o adotou durante uma época, pelo Corinthians. Animosidades à parte, não vejo justificativa para o fato.
Ronaldo, que ficou conhecido como Fenômeno, já nos trouxe muitas alegrias. Tive vergonha em ouvir as canções hostis cantadas contra ele ontem. Tive vergonha em ler as manchetes agressivas dos jornais hoje. E olhe que sou jornalista...
Não havia e não há nenhuma necessidade disso. Vamos torcer, vamos brincar, vamos chorar com nosso time. Faz parte do jogo. Mas ser preconceituoso não tá com nada. Este sentimento é o que gera a violência das torcidas. Este sentimento é o que queremos longe dos nossos estádios.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Blecaute???

Meus amigos mais próximos conhecem o pavor que tenho de escuro. Sabe Deus o motivo. Pode ter sido um trauma de infância que acredito nem minha mãe lembra, senão já teria me contado e me ajudado a curar o medo. Fato é que durmo com a tv ligada e assim ela se mantém até o dia amanhecer. A não ser que eu esteja com meu querido. Aí, no problem! Mas sozinha, nem pensar... A escuridão me angustia, me deixa nervosa e, se duvidar, até me causa náuseas.
Dito isso, estou aqui exorcizando meu pileque do último sábado. Superei os três dias após o ocorrido e, ainda meio baqueada, quero relatá-lo neste meu espaço. Pois é... Todo malandro tem cinco minutos de bobeira.
Fui ao casamento mais bonito da minha vida. Comidinhas mil e bebidas a rodo. Lá pelas altas horas - que não tenho noção quais eram, fui pega na curva: tive um blecaute. "Blecaute?", vc vai me perguntar. Sim, um blecaute. Escuro total. Noite sem luz e sem energia elétrica. Sabe do que falo? Viajei não-sei-pra-onde, apaguei, morri, naninha... após umas doses a mais de prosecco. Oh, bebida do demo!
Meu querido diz que nem bebi para tanto, mas que estava para lá de Marrakesh. Um amiga me conta detalhes que realmente não foram vividos por mim. O pior: isso nunca me aconteceu, parodiando às avessas a frase mais usada pelo Lula.
Nem consigo achar graça, já que não me lembro de NADA. Era uma missa só de corpo presente, pq a alma já tinha partido. Acordei às 3h da manhã em casa. Ainda bêbada, é claro, mas sem ter a menor idéia do que tivesse rolado. Não me lembrava como tinha chegado ali. Horrível. Tomei banho, mas mal conseguia ficar de pé. Derrota total.
Este negócio de amnésia alcoolica é foda. E existe mesmo. Eu vi. Ou não...
De qualquer forma, pude constatar da pior maneira uma teoria que há muito ouço falar e que nunca tinha dado meu braço a torcer. É verdade: c... de bêbado não tem dono. E não tem mesmo. Como eu não estava ali, poderia ter acontecido qq coisa comigo. Ainda bem que estava bem assistida por quem eu amo.
Agora, só peço para ter amnésia de novo. Desta vez, sóbria, se possível. O objetivo é apagar a pouca memória que tenho daquela noite.

"Eu quero sexo..."

Não sei se teria tempo de fazer sexo cinco vezes ao dia, mas já gostei deste alucinado ministro da Saúde. Ontem, diante do aumento do número de casos de hipertensão no Brasil, Temporão recomendou: “Façam sexo''. A idéia, segundo ele, é que as pessoas se exercitem e que sexo seria uma boa solução, junto com cinco porções diárias de frutas e hortaliças. Pelo menos, o cara é bem humorado e gosta da coisa, fato que por si só já faz dele um bom ministro. Gente mal amada é sinônimo de problema.
Uma pergunta, porém, ficou no ar: será que as pessoas que sofrem de hipertensão fazem pouco sexo? Taí uma maneira de descobrir a intimidade alheia. Trabalho com uma moça jovem e magra que sofre de hipertensão. Um amigo gaiato me perguntou como é possível. Respondi que isso não tem a ver só com obesidade, mas também com alimentação, genética, estresse e... Falta de sexo. Não é isso, ministro?

Guerra de ovos

Desde a época em que era caloura na faculdade, não vejo uma guerra de ovos tão espetacular. E ainda mais sem que ninguém quisesse sair dela. Vc já deve saber do que falo: deve ser muito triste viver num país como a Ucrânia, onde parlamentares iniciaram um bate-boca por conta de um acordo que prorroga a permissão para a Rússia usar um porto na Crimeia e terminaram com arremesso de ovos uns nos outros, socos, pontapés e até bombas de gás lacrimogênio para acalmar os ânimos. Não adiantou. A galera estava com os nervos à flor da pele.
Posso dizer que no mínimo a situação foi engraçada. Pelo menos para quem assistia a tudo pela tv do outro lado do mundo - como foi o meu caso. Prefiro isso do que troca de tiros, como às vezes acontece aqui (a diferença é que não rola dentro do Câmara, concorda?). Mas confesso que me senti vendo uma comédia pastelão. E o mais engraçado é que quem estava na bancada se protegia com um escudo feito por um guarda-chuva.
Só faltou banho de farinha de trigo...



segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Roni, meu poodle

O melhor presente que me dei nos últimos tempos foi ter adotado Roni, meu poodle. Ele chegou de mansinho, tristonho, órfão de pai e mãe. Demonstrou saudade e levou meses doente de amor. Porém, tão logo ele conheceu nosso sentimento por ele começou a se recuperar. E aproveitar. Roni é um cãozinho carente, dono de olhos pidões, pele rosada embaixo do pêlo que vez ou outra perde o branco natural e assume uma coloração encardida. Culpa do sobe-e-desce dos seus passeios à rua.
Sabe fazer uma festa como ninguém ao nos ver chegar, quer mostrar seus dotes como bípede, pulando e latindo como se quisesse falar. Dono de um rabo que nunca foi cortado, ganhou o apelido de “rabudo” do meu namorido e só de ouví-lo, sacode o dito cujo sem parar. Até hoje não sei se ele balança o rabo ou se o rabo o balança. Afinal, sua cauda tem quase vida própria.
Pouco late, mas ao ouvir qualquer ruído dá sinal. É forte e frágil. É um cãozinho disposto a defender seu território, embora o medo seja uma constante. Teme e ama seres humanos, sentimentos opostos e ao mesmo tempo tão próximos de sua realidade canina. Basta uma menção de carinho que ele logo se desmancha e se aproxima abanando um rabo feliz.
Dedicado. É capaz de ficar horas ao meu lado enquanto leio. Paciente. Deita-se no chão do banheiro e aguarda até que eu acabe o banho. Amoroso. Encosta o focinho na nossa barriga só para ganhar mimos em maior quantidade. Educado. Faz toda a sua sujeirinha em seu banheiro. E só passeia quando temos tempo. Coloco a coleira e ele mesmo carrega sua guia segura entre os dentes. Foi um bom aluno; é um grande professor.
Antes dele, a casa era vazia, embora eu não sentisse esta sensação. Agora, se não ouvir seu latido quando chego ao portão já sinto um pesar. Para um cão, não há momento mais alegre do que ver seu dono chegar. E para mim é felicidade pura e genuína saber que existe um ser tão pequeno que se derrete ao me ver. Minha casa é a casa dele. Aliás, é o inverso: a casa dele é a minha, afinal eu é que o visito todas as noites.
Roni não curte bolinhas, ossinhos ou brincadeiras caninas. A dele é outra. Sua curtição é estar conosco. Na praia, passa o dia sentado em sua cadeira e, por conta disso, é sempre a atração do lugar. No restaurante, fica pacificamente embaixo da mesa, embora adore todo tipo de guloseimas humanas. Mas é um lorde, principalmente, incapaz de qualquer grosseria.
Dono de uma beleza cativante, de uma amizade fidelíssima, Roni é mais do que um grande amigo. É um companheiro incrível, uma criaturinha mágica, um presente dos deuses. Uma amiga, certa vez, me disse que “cães são seres humanos em evolução”. É, pode ser. Pode ser.

Mudar?

Mudar de casa para mim é muito mais do que arrumar as tralhas e botar o pé na estrada. Mudar é uma questão mais profunda, psicológica. É me imaginar num novo canto, com novas expectativas, outra rotina. E vou dizer que adooooooooro rotina. Ou seja, mudar é difícil para mim. É um processo doído mesmo. No entanto, a vida me ensinou os benefícios da mudança – e aqui estão ditas todas elas: desde o corte de cabelo até uma nova paixão. Por isso, apesar das minhas dificuldades, invisto em mudanças como uma aposta em mim mesmo, em novos sonhos, em novos horizontes. É parte do crescimento.
Prova desta dificuldade é olhar para trás e notar que estou há pelo menos um ano buscando uma casa nova para mim e os meus. Meu ideal é encurtar distâncias de tudo e todos, ganhar mais tempo para a minha vida e os meus vícios (mesmo o de ficar à toa, uma das minhas especialidades), ganhar mais qualidade no dia a dia. Só que – não sei se pela minha dificuldade em mudar ou se pela inviabilidade do mercado mesmo – não encontro nada que encaixe no meu orçamento. E nem no meu gosto. Agora, me debato entre a compra e o aluguel – uma decisão difícil para quem adora fazer planos.
Os preços estão pela hora da morte mesmo. O Globo deu uma bela matéria ontem na capa do Morar Bem. Será uma bolha estes valores exorbitantes? Ou será que o carioca reclama, mas na verdade acaba comprando por um preço altíssimo o que valeria muito menos? Não sei... fato é que a cada dia tenho mais preguiça de competir com uma dúzia de fichas que invariavelmente chegam primeiro do que a minha. Ou então tentar convencer às gerentes dos bancos que tenho compromisso em pagar o que devo, ou seja, eu preciso mesmo de um financiamento.
Queria tanto um canto pequeno e charmoso com cheio de lavanda, uma vista bacaninha da janela, um espaço que me caiba e aos meus apetrechos que ao longo da vida acumulei. Isso sem contar no meu cão, no namorado, na família que sei que aos poucos vai se chegando... Como fazer?
Uma amiga antiga enfrenta a mesma questão.
Dá até vontade de fazer como o Garfield: “quando me dá uma vontade louca de trabalhar, eu sento quietinha no canto e espero a vontade passar”.

A vida é isso aí mesmo...

Três semanas após minha volta das férias dou os primeiros sinais de estar me afogando no dia a dia desgastante. Férias não são para sempre, nem seus efeitos. O que isso quer dizer? Chateações, dúvidas que imperam, estresse que consome, dificuldades que enchem o saco e acabam com o bom humor de qualquer ser humano.
Já dormi mal nesta noite. Nem o cãozinho estava numa noite de "bons amigos". Uma canseira...
O que faço para melhorar?
Coloco Zeca Baleiro para tocar, respiro fundo e penso que no fim do dia começo uma maratona de volta aos exercícios. Ou é isso ou explodo. Em todos os sentidos.
E vamu-ki-vamu pq a vida é isso aí mesmo!

terça-feira, 20 de abril de 2010

O poder do argumento

Não é preciso fazer apologia a Denzel Washington. O ator é um dos melhores de sua geração, dono de uma invejável lista de bons longas, ganhador de Oscar. Em “O Grande Desafio”, além de ser protagonista, ele assume a direção e não faz feio. Pelo contrário. A trama traz a história real do inenarrável Melvin Tolson, um professor do Wiley College, do Texas, uma escola de negros nos anos 20 que, usando de seus métodos pouco ortodoxos e sua visão política forma uma equipe imbatível de debatedores entre os estudantes, ganhando todos os concursos em que era inscrita – primeiro, derrotando as principais universidades para negros, e depois conseguindo um confronto histórico com a toda poderosa Harvard, formada por alunos da elite branca. A competição, sem tradição no Brasil, coloca alunos frente a frente para defender cada grupo o seu ponto de vista sobre os mais variados temas.
O elenco conta ainda com outro vencedor do Oscar, Forest Whitaker, a quem considero outro monstro sagrado dos cinemas. Indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Filme Dramático em 2008, e vencedor, no mesmo ano, do prêmio Stanley Kramer do Sindicato dos Produtores, o filme saiu direto em DVD no Brasil.
Embora remeta a outros filmes similares, como "Ao Mestre com Carinho" ou, melhor ainda, "Sociedade dos poetas mortos", esta fita nos leva a refletir não só sobre os temas desenvolvidos pelos alunos em seus debates, mas também sobre o nosso poder de persuasão e/ ou argumentação. Além disso, fala um pouco sobre a relação professor/ aluno e ainda questiona o racismo. É de emocionar.

Ser mesquinho...

Não tenho paciência com mesquinharia. Não suporto quem faz questão de pouquíssimo, quem gosta de cutucar por bobagem, quem opta pelas coisas pequenas. Não tolero quem briga por centavos, quem não consegue dar uma folga ao empregado sem reclamar, quem mendiga exclusividade de qq besteira.
Infelizmente, este é o tipo de sentimento que anda à solta por aí. E em grande quantidade, pulverizada. Quando a gente menos espera, surge ele. Vive à espreita, alimentando-se de migalhas...
Credo. Peço a Deus para não me deixar contaminar.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Pelos olhos de uma criança...

Já vi inúmeras versões do nazismo nas telonas do cinema. Tantas que acredito que hoje falar sobre o assunto é um desafio para qq cineasta que se diga criativo. Confesso, porém, que "O Menino do Pijama Listrado" me tocou de uma maneira diferente. É um pouco de "A Vida é Bela" (pelo qual tenho maior antipatia em função de ter ganho o Oscar), mas não é bobo. Tem momentos em que apela ao choro fácil, mas também é de uma simplicidade tosca. Explora de forma sutil a visão inocente de uma criança debruçada sobre a realidade dos feitos de Hitler, mas não é pretensioso de bater na mesma tecla com as mesmas cores. Afinal, elas já nos são imensamente conhecidas. Em vez disso, opta por uma linha mais lúdica na qual a questão é o tempo todo velada pelo véu da infância.
Baseado no livro homônimo do irlandês John Boyne, o filme é dirigido e roteirizado por Mark Herman ( Hope Springs: Um Lugar Para Sonhar ) e narra a história de Bruno (Asa Butterfield), um menino hiperprotegido pela família na época. Aos oito anos, ele vive em meio à Segunda Guerra Mundial, em Berlim. Seu pai (David Thewlis) é um conhecido militar do exército alemão. Num dado momento, a família é obrigada a se mudar para uma cidade do interior por conta das responsabilidades do pai junto ao regime nazista e Bruno, como qq criança, se vê sozinho e louco por fazer novas amizades, entediado naquele ambiente. Sem ter com quem brincar, ele busca alternativas mil, dentro do seu sonho de ser um explorador quando adulto.
Numa de suas aventuras, vê da janela de seu quarto algo que parece ser uma fazenda, onde os fazendeiros usam pijamas listrados. Ou seja: um campo de concentração. Ali, do outro lado da cerca, ele conhece Shmuel (Jack Scanlon), menino judeu preso no campo, que tem a mesma idade, porém uma visão totalmente diferente do mundo em função de sua condição.
A amizade se desenvolve tendo a cerca eletrificada entre eles. No mundo dos meninos, não existe a intolerância, a guerra, o desamor. Apenas a vontade de brincar. Aos poucos, porém, Bruno começa a desconfiar da diferença entre eles, mas certo da dignidade e dedicação do amigo precipita um acontecimento que acabará numa tragédia para a família.
Os protagonistas - como não poderiam deixar de ser - são cativantes. A direção é honesta, a iluminação bacana e o roteiro redondo. Um drama que surpreende mesmo sem conter surpresas paar quem conhece um pouco da história mundial. Eu, como espectadora ativa de filmes que envolvem crianças e sua visão do mundo, fiquei comovida. E indico para quem quer ver um bom filme. Já corri para comprar o livro, tendo adquirido também muitos lenços de papel.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Zé Cabalero??

Antes de ouvir o som de Zeca Baleiro há muito tempo, eu juro, imaginei que ele fosse um destes famosos latinos que vez ou outra aparecem por aqui, rebolativos e cheios de produção. "Quem? Zé Cabalero?", perguntei. Não, é Zeca mesmo. E mais: Zeca Baleiro. Simples demais? Bem, depois de algum tempo e pouco conhecimento (ainda!) da obra dele, posso dizer que Zeca só tem a simplicidade no nome e, aparentemente, na personalidade. Isso porque sua música pode ser taxada de tudo, menos de simples. É muita poesia, humor, amor, inteligência. Uma alquimia sensacional. Um jogo de palavras milimetricamente pensado.
Ontem, tive o prazer de pela primeira vez ir a um show de Zeca, no Teatro Sesi, no Centro do Rio. Estilo intimista, violões e guitarra luxuosa de Tuco Marconi (é isso??). Saí de lá louca para comprar toda sua discografia, da qual só tenho um cd, embora conheça uma parte das canções.
O cara é cantor ímpar, compositor talentoso, cuidadoso com cada frase musical, bom de palco, bom de papo, charmoso, engraçado. Chega a ficar bonito. Tinha o público nas mãos e em alguns momentos até abusa da boa vontade de quem só quer ouvir boa música de tão simpático. Responde a todas as gracinhas e estica o assunto.
O repertório é de arrepiar. Zeca brinca com rimas e estrangeirismos, tem sacadas interessantes, musicalidade à flor da pele. Sua música mistura pop com samba, baião, rock. E ele toca todas que a gente gosta e mais algumas. Um luxo. Vai de "Babylon" a "Quase Nada", passando por "Samba do Approach" (com direito a participação maciça da platéia) e "Vai de Madureira" (uma graça!). O cara é tão eclético que afirma que gosta até de "Rebolation"!
Zeca nasceu José Ribamar Coelho Santos no Maranhão e já teve suas músicas cantadas por gente do quilate de Simone, Gal Costa e O Rappa. Seu som chamou minha atenção pela primeira vez há tempos e isso veio se repetindo. Como quando gravou uma canção chamada "Proibida para mim" pela qual fiquei alucinada. A canção é do Charlie Brown Junior (?). Sensacional a versão. Minha dúvida agora é se a música é da galera do Chorão ou se é o contrário. Também teve "Lenha" e "A Flor da Pele". Não me lembro exatamente a ordem.
Só depois disso, comprei um cd.
E amei!
Agora me preparo para ampliar minha coleção. Quero ir a outros shows e fazer coro com a platéia mais vezes.



Só Deus...

A mim não passou despercebido. Nem poderia. A tristeza que abala o Rio depois da tempestade da última semana é uma mancha na minha alegria por ter voltado à minha cidade. Não somente pela aflição de quem sofreu preso nos engarrafamentos e teme novos dilúvios, mas principalmente por quem perdeu tudo. E quando digo tudo é TUDO mesmo. Bens materiais nesta hora realmente são o mínimo para quem perdeu filhos, pais, parentes e amigos. É só mais uma dor a ser superada. Pequena, aliás, próxima da perda de quem amamos.
É fato: a cidade nunca esteve preparada para a chegada das águas de março. Não foi a primeira e não será a última. Sejamos práticos. A cidade não tem infra-estrutura para abrigar uma população mega como a q tem, além de ser pródiga em maus governos. Não estou aqui para falar deste ou daquele, mas é certo que há muito esta questão das chuvas já deveria ter sido resolvida.
A Praça da Bandeira é um gargalo - em todos os aspectos. Basta ir lá dar uma olhada no trânsito no horário de rush. É o mesmo que acontece durante uma tempestade: não tem para onde sair - nem a água, nem nós. Os bueiros não estão limpos por toda a cidade; o lixo não é devidamente recolhido; os moradores não são educados a procurar as latas para depositar inclusive suas guimbas de cigarro; e a Defesa Civil e os Bombeiros não estão preparados para tamanha demanda. Por fim, a população mais pobre ainda é incentivada por políticos - sem caráter e de olho nos votos que podem arrebanhar nas eleições - a fixar moradias em lugares de risco. Todo este cenário bombástico é o prenúncio de um holocausto. E foi exatamente o que aconteceu no Morro do Bumba, no Morro dos Prazeres, no Morro do Urubu.
Realmente, não acredito na cegueira dos nossos governantes. Acredito na nossa falta de maturidade na hora da escolha deles. Esta é a única resposta para dia após dia continuarmos optando por pessoas que só pensam em si, que se mantêm durante anos a fio no poder fazendo cagadas, por ainda recebermos de bom grado determinados "mimos" que posteriormente se mostram como presentes de grego, como asfaltamento em lugares que antes existia lixões.
Infelizmente, não tenho mais fé em uma mudança real e a curto prazo. Foi-se o tempo em que acreditava que o poder público de alguma maneira poderia fazer o seu papel: que é simplesmnete cuidar do bem estar da população. Hoje, acredito no trabalho da sociedade, dos cidadãos comuns, assim como o que temos visto nestes dias com a força do voluntariado feito por pessoas do bem, com vontade de ajudar o próximo, de auxiliar no dia-a-dia, de oferecer um ombro. Talvez esta mesma força possa se unir para educar (em todos os sentidos) os mais necessitados e, mais à frente, possamos saber eleger gente que valha a pena. Fora isso, só Deus.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Noronha: um sonho


Já estive em algumas das principais capitais do Brasil. Tirei férias algumas vezes na vida, graças a Deus, e me embrenhei pelo Nordeste, na maioria das vezes. Conheci algumas praias bonitas, algumas até paradisíacas, como elejo Lagoinha, no interior do Ceará. No entanto, devo dizer que nunca tinha visto um lugar de beleza natural tão impressionante - e olha que adoro a minha Cidade Maravilhosa! - como Fernando de Noronha.
A ilha é pequena e cara, ou seja, não há muiiiito o q fazer por lá e cada passo custa os olhos do cara, mas vale a pena conhecer. Cada tostão que é deixado ali é bem gasto. Inclusive a tal taxa ambiental que beira R$ 40 por dia. Só depois que vc está lá dentro e conhecendo cada cantinho e a maneira como é cuidado é que nos damos conta disso.
As cores do dia e da noite são mais intensas em Noronha. As praias mais bonitas do Brasil estão lá, o pôr-do-sol mais incrível está lá, a água mais quente e límpida também é de lá. É tudo desenhado a mão por Deus.
Fiz mergulhos de snorkel (pq ainda não tenho disposição para encarar o cilindro), que me deixaram inebriada. Nadei com um tubarão de mais de um metro (com um frio na barriga só de pensar!), tartarugas imensas, peixes ornamentais. A experiência foi única - é como mergulhar em um aquário.
Isso sem contar no clima local. Dizem que casais que vão juntos a Noronha não se separam mais. Eu não posso confirmar isso, mas não me surpreenderia se houvesse uma maneira de comprovar isso. A energia da cidade é contagiante e reflete no romance mesmo. Um luxo.
Se vc tiver oportunidade, não perca esta chance.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Férias: o paraíso é aqui

Queria começar esta nova fase do blog com uma cara boa, um clima positivo, uma energia do bem. Por isso (desculpe aí quem ficar com dor de cotovelo), uma pequena amostra da beleza, da diversão e tranquilidade das minhas férias.


Sente o clima gostoso de uma praia no fim de tarde....

Ou então uma cerveja nas ladeiras aconchegantes de Olinda...


Ou ainda a paz e a beleza inebriante de Noronha........ ahhh, férias...

Tô na área. Se derrubar é pênalti...

Depois de quase 40 dias fora de combate, tô de volta ao batente. Já tinha até me desacostumado com a rotina. Acho que férias são melhores qdo esquecemos a senha do computador, se pagamos um determinada conta, como é possível acordar tão cedo... Sim, é verdade. Região dos Lagos, Recife e Noronha (ahhh, Noronha...) me deixaram nova. Lugares maravilhosos, descanso, cerveja gelada, a companhia do meu amor. Enfim, o mundo perfeito...
Confesso: ainda estou meio zureta, fora de órbita e totalmente desatualizada. Ao mesmo tempo, está tudo fresquinho, a tolerância a mil, disposição para viver de tudo.
Aos poucos, vou atualizando o blog. Novidades não faltam. Vi e vivi coisas incríveis no período. Vale contar.
É isso aí.
Tô na área. Se derrubar é pênalti...