Uma jornalista, cabeça a mil. Vontade de debater o mundo que me rodeia, comentar o dia-a-dia, trocar ideias livremente. A busca por um espaço democrático onde pudesse exercer minha criatividade e mostrar minha visão da vida resultou em "Crônicas de Saias".

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Amor, amizade e outras coisitas mais...

A busca pelo filme “Quando Nietzsche Chorou” começou há uns dias. Meu amor me pediu para vê-lo. O cara adora filosofia, sociologia, antropologia e outras "ias" do gênero. Eu não tenho vergonha de confessar que sou quase uma ignorante...
Enfim, não conseguia achar a fita disponível. A curiosidade foi sanada no último finde.
Adaptação de um dos maiores sucessos literários no Brasil, o livro homônimo de Irvin Yalom, a película conta a história de um encontro que não rolou na verdade entre o filósofo alemão "foda" Friedrich Nietzsche (Armand Assante) e o médico Josef Breuer (Ben Cross), professor de Sigmund Freud (Jamie Elman). Nietzsche é ainda desconhecido, pobre e com tendências suicidas. Breuer passa por uma fase negra na vida após ter se envolvido com uma de suas pacientes, Bertha (Michal Yannai), doida de pedra, por quem cria uma obsessão sexual.
Breuer é procurado por Lou Salome (Katheryn Winnick), "amiga" de Nietzsche, que quer curá-lo de sua depressão.
O tratamento vira uma aula de psicanálise, onde os dois terão que mergulhar em si próprios.Uma experiência anterior ao que conhecemos hoje sobre "terapia através da fala", que aliás sou fiel seguidora.
Não li o livro, embora Nietzsche sempre tenha me deixado curiosa. O que ouvi é que faltava profundidade, mas aí - me desculpem os puristas - toda adaptação sofre do mesmo mal. Fazer o quê?
Sim, o filme tem efeitos especiais sofríveis, quando mostram os pesadelos de Breuer, que não me parece genial, mas até meio tonto. Lou Salomé é quase uma piranha, sem escrúpulos, ao contrário do que foi na verdade (embora nunca tenhamos tido certeza sobre sua conduta na vida pessoal). E isso tb não tem importância... Mas em compensação a decoberta da amizade entre os dois protagonistas e a certeza do amor que unia Breuer e a esposa é bonita demais. Faz refletir. Destaque dos destaques: o ator Armand Assante na pele do filósofo. Sensacional!! Mostra um ser humano, longe do mito a que estamos acostumados a lidar nos livros, um cara marcado pela dor, sozinho, mais do que triste. Uma pitada de tormento, uma cabeleira de fazer qq mendigo da Cinelândia se arrepiar e um bigode que (Deus do Céu!) botar medo... O retrato da vulnerabilidade, do abandono a si mesmo. E depois, a fragilidade.
Valeu o filme!

Nenhum comentário: