Uma jornalista, cabeça a mil. Vontade de debater o mundo que me rodeia, comentar o dia-a-dia, trocar ideias livremente. A busca por um espaço democrático onde pudesse exercer minha criatividade e mostrar minha visão da vida resultou em "Crônicas de Saias".

segunda-feira, 21 de março de 2011

Água demais


Prazer, meu segundo nome é “excesso”. Não é por acaso que um dos meus ídolos chama-se Agenor de Miranda Araújo Neto – mais conhecido como Cazuza. Sou exagerada, sim. Como ele. E os meus exageros inundam todas as áreas da minha vida: amo demais, quero demais, sonho demais, falo demais, como demais. Me policio, mas invariavelmente me pego às voltas com o exagero. A terapia ajuda, mas não cura.
Um amigo há pouco tempo chamou minha atenção do quanto sou teatral, dramática, cheia de gestos e caretas. Sou isso mesmo. Quando estou triste, o mundo vai acabar. Não duvide disso. Quando estou feliz, sou a apoteose. A festa em si. O equilíbrio é algo que busco, espero não ser utopia.
Quero sempre ser a melhor, a mais, a maior. É o exagero que habita em mim. Não me satisfaço com pouco. Se sou amiga, sou capaz de doar minha alma. Se sou inimiga, simplesmente risco a pessoa do meu pensamento. E esqueço sua existência. Juro. Ainda bem que tenho poucos desafetos.
Às vezes, queria ser diferente, mas a leonina que está em mim não permite. É uma mistura de tudo o que vc pensar e algo mais. Sempre tem algo mais. Quero ser a melhor companheira, a melhor amiga, a melhor filha, a melhor amante, a melhor profissional. O “muito” é pouco. Eu quero é tudo. Afinal, há de ter um retorno para tanta doação... ledo engano. Um ciclo vicioso que só existe na minha imaginação. E isso é bonito?
Quisera estar entre o oito e o 80. Quisera saber definir precisamente quando o suficiente para mim é o muito para o outro. E, se isso não fosse possível, quisera pelo menos ter a noção da necessidade de medir. Água demais pode matar a planta.

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