Uma jornalista, cabeça a mil. Vontade de debater o mundo que me rodeia, comentar o dia-a-dia, trocar ideias livremente. A busca por um espaço democrático onde pudesse exercer minha criatividade e mostrar minha visão da vida resultou em "Crônicas de Saias".

terça-feira, 12 de julho de 2011

Acabei “Um Dia”

Quando li a primeira vez sobre “Um Dia” não sabia exatamente o que me esperava. Debaixo de uma saraivada de elogios, o livro emergia como um romance como qq outro. Será isso tudo? “Um Dia” virou meu foco quando soube que tinha rendido um filme a estrear em agosto. Por si só, o livro já foi criado roteirizado, fato que só constatei depois de lê-lo.
Renata, minha amiga de sempre, me disse que tinha parado de ler para não chegar logo ao fim, tamanhas as delícias de encará-lo. Me despertou curiosidade. Vinte anos de duas vidas. E, confesso, que a partir daí, grudei nele. E ele grudou em mim.
No início, o livro parece meio bobo, quase infantil. Depois me dei conta que num período de 20 anos é fato que os personagens comecem bem jovens. E como jovens temos pensamentos meio infantis, fantasiosos, inconseqüentes. Depois da juventude também, devo dizer, que isso não muda muito. Sim, é verdade, mas nossa capacidade de distinguir a realidade do sonho cresce. Quando Em e Dex (o casal protagonista) chegam na minha fase de vida, me surpreendi com a riqueza de pensamentos, de quereres, de sensações descritas de uma forma tão próxima a mim que chegaram a me sufocar. Era eu. Era eu e os meus. Era eu, os meus e os meus sentimentos.
Há momentos na adolescência que realmente somos muito felizes. Talvez nunca sejamos como naquela época. Hoje, porém, esta felicidade acachapante dá lugar a tranqüilidade, a uma paz interior, a uma serenidade que não têm preço. Melhor ou pior? Não é fazer juízo de valor, é simplesmente saber que a vida acontece. E cada momento é um só. Cada um com seu brilho próprio.
Após dias totalmente ressacados por conta da sensibilidade e da maturidade impressas nas palavras de David Nichols (salve ele!), estou naquele estágio entre aliviada e triste. Acabei “Um dia” ontem. Numa madrugada fria e cheia de interrogações. Meus sentimentos são contraditários: alívio por ter terminado o romance de que mais tenho ouvido falar e que me causou sincera revolução nos pensamentos, mesmo eu não estando nos meus melhores dias para leitura; tristeza por ter sido surpreendida com o final escolhido por David Nichols. Entendi o porquê de ser apontado como o “Love Story” dos nossos tempos...

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